terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Do amor brando

Alguns sentimentos são mesmo como montar na cauda de um meteoro
Como se queimar de febre num primeiro beijo que passa e te questiona
Se agi errado desde o começo ou se por outra oportunidade imploro?
Ou seria melhor ficar numa estrela estática, eterna, que não emociona?
Depois de uma longa conversa, ele chega em casa e pensa: não é justo
Ter liquefazido e entregue o dormente coração por mais uma vez
Para vê-lo novamente reservado na prateleira de um laboratório angusto
Ter beijado os doces olhos, ainda vermelhos, com pouca sensatez
Quando esses continuam a mirar para um caminho ainda definido, robusto
Depois daquela conversa, ele perde as palavras dadas de indiscernimento
Quer recolher o pouco que doou, esquecer os versos e o amor brando
Mesmo que permanecer febril tenha sido o seu comprometimento
Deu um pouco a volta e reivindicou o lugar que já vem alimentando
Mas sabe: é enorme o espaço sideral e quente a cauda desse meteoro

Nota: odiei escrever esses.

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