terça-feira, 29 de setembro de 2015

Homem

A mão no peito pousou
E inebriado no momento
Você não é homem, disparou
E aquela mão já era lâmina
Que adentrava
Mas não naquele peito
E sim neste
E cortava
E sangrei, sangrei

Pergunte ao pai de quatro filhos sobre ser homem
Pergunte ao Presidente
Ao líder da quadrilha
Ao demente
Ao náufrago
Ao pedinte
Ao infante
Ao ébrio
Ao transgênero
A mim não

Porque eu não sou homem
E nem sou ombros
Nem mulher
Eu sou eu
E sou o outro
Eu tento ser o outro
E basta

terça-feira, 8 de setembro de 2015

A-mar

Dá no mar
Dá no rio
É amor
Ou calafrio

Tanta vez que eu nem sei
Tanto olhar que eu guardei

Num altar
No corredor
Um abraço
Um tremor

Tanta mão que se pega e nem sente
Tanto amor e pouca é a gente

segunda-feira, 27 de julho de 2015

A volta

Aqui, escreve-se para ninguém. Ou então para si mesmo. E pode ser pessimismo, mas, no fim, pode também ser verdade. Acho ainda que existe a pretensão - necessidade - minha de voltar em breve a escrever. Lembro dos dias que dediquei algumas horas por aqui e como me fiz feliz com isso. Por mais difícil que fosse. E, hoje, talvez, seja mais dificultoso. Mas sempre me falaram como as dificuldades tornam tudo na vida melhor. E eu quero uma vida melhor, sempre quis. Indo pensar nas histórias e noutras coisas. Até logo.