terça-feira, 29 de setembro de 2015

Homem

A mão no peito pousou
E inebriado no momento
Você não é homem, disparou
E aquela mão já era lâmina
Que adentrava
Mas não naquele peito
E sim neste
E cortava
E sangrei, sangrei

Pergunte ao pai de quatro filhos sobre ser homem
Pergunte ao Presidente
Ao líder da quadrilha
Ao demente
Ao náufrago
Ao pedinte
Ao infante
Ao ébrio
Ao transgênero
A mim não

Porque eu não sou homem
E nem sou ombros
Nem mulher
Eu sou eu
E sou o outro
Eu tento ser o outro
E basta

terça-feira, 8 de setembro de 2015

A-mar

Dá no mar
Dá no rio
É amor
Ou calafrio

Tanta vez que eu nem sei
Tanto olhar que eu guardei

Num altar
No corredor
Um abraço
Um tremor

Tanta mão que se pega e nem sente
Tanto amor e pouca é a gente